segunda-feira, 24 de maio de 2010

Terminado o chimarrão, sobrou só o preguiçoso gosto da manhã naquela cama compartilhada. Ele lia as notícias, ela se distraía tentando distraí-lo.

Roçava devagar seus pezinhos 35 no seu par 41, cantarolando baixinho alguma do Sabina. Contava sobre a semana enquanto lhe fazia cafuné, e ronronava, felina, acomodando a cabeça no seu peito. Beijava de leve cada pedacinho do seu corpo, com beijos que eram quase cócegas. Comentava alguma foto ou reportagem, mudando de posição apenas como pretexto para encostar o máximo da sua pele na dele – esse terreno irrecusável que costuma ser a pele dos amantes...

Ele então desistiu da política, das crônicas, do clima e dos esportes. Num impulso, arrancou o lençol fazendo as folhas do jornal voarem pelo quarto como pombas assustadas. Ficaram expostos os dois corpos nus e toda a vontade que eles abrigavam.

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