terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Encontrei a folha de caderno amassada no fundo da gaveta, o papel rasgado denunciando a minha pressa em arrancá-la e calar a antiga confissão:

"Tenho ganas de ti. Minhas unhas arranhando as tuas costas, meus dentes mordendo a tua orelha, meus lábios marcando o teu pescoço... Não é pra te machucar, não é raiva, só desejo. Se te machucasse seria só porque também me dói não poder estar contigo. Sonho em dormir com o teu corpo colado ao meu, sem roupa, sem vergonha, sem culpa. Eu juro que não vou te fazer ouvir nada disso, mas só me diz uma coisa: se nós, nas travessuras das noites eternas, já confundimos tanto as nossas pernas, diz com que pernas eu devo seguir. Se entornaste a nossa sorte pelo chão, se na bagunça do teu coração meu sangue errou de veia e se perdeu..."

Eu tinha dezenove, e ele tinha namorada. Até hoje não sei se a minha abstenção foi por fraqueza ou então se eu era forte demais...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Vontade de comentar?